Começou ontem a série Terra Nova, na RTP1, uma adaptação da obra O Lugre, de Bernardo Santareno, escrita por Artur Ribeiro e Nuno Duarte e realizada por Joaquim Leitão. Foi o primeiro de 13 episódios que, pelo menos por enquanto, serão exibidos semanalmente, à quarta-feira.
As minhas expectativas eram elevadas e não saíram defraudadas. Sempre me senti atraída pelo lado sombrio das terras piscatórias, tanto no ecrã como nos livros.
Um dos pormenores das história que começou a ser-nos contada ontem é a aproximação entre dois miúdos, a Mariana e o Toino. O rapaz é filho de um professor e vai ler para a tasca em que ela trabalha, o que muito a surpreende. E ele, esperto, na primeira oportunidade leva-lhe um livro para lhe emprestar: o Amor de Perdição. Ambos concordam que a leitura é uma estrada aberta para fugir à pequenez do meio em que vivem. É uma companhia. E é uma ponte, vemo-lo nós, entre os dois.
Partilho convosco a página de Shipping News de que estou a falar (o trecho sublinhado).
«Maldito impermeável, esqueci-me dele, e Bárdur pragueja, ele pragueja por se ter concentrado desnecessariamente na memorização de versos do Paraíso Perdido [de Milton], tão concentrado que se esqueceu do seu impermeável.»
Aqui fica, então, o desafio desta semana: «O livro que me salvou, o livro que me condenou».
Boas escritas!
Ana Marta Ramos
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